Aqui as rosas que morreriam em botão,
as rosas mal formadas que não poderiam desabrochar,
rosas que não se entregam a primavera,
rosas ensinadas, rosas domadas,
rosas angelicais de Platão
Eu não era mais um botão
Mas em meu desabrochar doloroso não quero ser flor
sábado, 30 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
sobre um encontro
De novo ela andava. Andava devagar. Vagava sem rumo. Cada passo em uma direção. Seus movimento eram pesados. Pareciam lhe doer. A vida passava arrastada. Todo movimento era forçado.
Andava desengonçada prestes a cair. Insistia em carregar milhares de quinquilharias. Tranqueirinhas que tomaram proporção tamanha que a desequilibravam. Algumas ainda obstruíam sua visão tornando ainda mais difícil tomar um rumo. Ela não andava em círculos, mas dificilmente sairia do lugar. Carregar aquele monte de coisas exigia quase toda a sua atenção e cuidado. Todo seu esforço se destinava a equilibrar tudo que ela acumulara e agora carregava.
Não, ela dificilmente chegaria a algum lugar.
Foi quando encontrou. Não sei se seu deslocamento lento a levou ou se simplesmente veio a seu encontro.
Pouco a pouco entrou em suas entranhas e começou a arrancar os cacarecos que carregava. Os despejava para fora pelo buraco que entrou. Lhe doía. Ela estava completamente atordoada. Doeu-lhe ainda mais quando alcançou o coração e começou a tirar de lá as coisas que já estavam tão acomodadas. Seu sangue lhe afligia de mais. Como ainda não morrera depois de perder tudo aquilo?
Aquele momento cessou. Lhe olhou nos olhos e disse que agora ela tinha espaço pra seguir adiante. Ela chorou. Seu choro, uma celebração do vazio. Do vazio que lhe doía que fazia uma profunda falta e do vazio que a fazia seguir, do vazio que a faria sentir imenso prazer em preenchê-lo.
Andava desengonçada prestes a cair. Insistia em carregar milhares de quinquilharias. Tranqueirinhas que tomaram proporção tamanha que a desequilibravam. Algumas ainda obstruíam sua visão tornando ainda mais difícil tomar um rumo. Ela não andava em círculos, mas dificilmente sairia do lugar. Carregar aquele monte de coisas exigia quase toda a sua atenção e cuidado. Todo seu esforço se destinava a equilibrar tudo que ela acumulara e agora carregava.
Não, ela dificilmente chegaria a algum lugar.
Foi quando encontrou. Não sei se seu deslocamento lento a levou ou se simplesmente veio a seu encontro.
Pouco a pouco entrou em suas entranhas e começou a arrancar os cacarecos que carregava. Os despejava para fora pelo buraco que entrou. Lhe doía. Ela estava completamente atordoada. Doeu-lhe ainda mais quando alcançou o coração e começou a tirar de lá as coisas que já estavam tão acomodadas. Seu sangue lhe afligia de mais. Como ainda não morrera depois de perder tudo aquilo?
Aquele momento cessou. Lhe olhou nos olhos e disse que agora ela tinha espaço pra seguir adiante. Ela chorou. Seu choro, uma celebração do vazio. Do vazio que lhe doía que fazia uma profunda falta e do vazio que a fazia seguir, do vazio que a faria sentir imenso prazer em preenchê-lo.
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qualquer semelhança é quase conhecidência
domingo, 3 de maio de 2009
Neste momento, penso em você
e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora
como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta,
e me permite entrar
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando ai,
e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora
como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta,
e me permite entrar
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando ai,
agora... neste momento,
em pensamento... no vento
Mário Quintana
em pensamento... no vento
Mário Quintana
sexta-feira, 1 de maio de 2009
mosca de manteiga
"Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você"- Mário Quintana
Ao vê-lo ela virou borboleta. Pequena e alegre ziguezagueando num vôo nervoso. Ele estava longe ainda. Andava despreocupado. Talvez onde estivesse já nem fosse mais deserto.
Ela voava sem rumo certo. Se queria alcançar aquela flor ou não, era uma indecisão. Mas as outras angústias que trazia já não pesavam mais. Ela voava leve. A areia escaldante não serias mais seus pés. Ele conseguiu fazer sumir toda hostilidade que a prendia.
Agora a borboleta voava livre. Sonhando com o beijo que daria em sua flor. Mas se o sonho se concretiza? Se ela deixa de ser borboleta? Ora isso não é para agora, por hora aproveita teu vôo apaixonado, borboleta.
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você"- Mário Quintana
Ao vê-lo ela virou borboleta. Pequena e alegre ziguezagueando num vôo nervoso. Ele estava longe ainda. Andava despreocupado. Talvez onde estivesse já nem fosse mais deserto.
Ela voava sem rumo certo. Se queria alcançar aquela flor ou não, era uma indecisão. Mas as outras angústias que trazia já não pesavam mais. Ela voava leve. A areia escaldante não serias mais seus pés. Ele conseguiu fazer sumir toda hostilidade que a prendia.
Agora a borboleta voava livre. Sonhando com o beijo que daria em sua flor. Mas se o sonho se concretiza? Se ela deixa de ser borboleta? Ora isso não é para agora, por hora aproveita teu vôo apaixonado, borboleta.
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