domingo, 27 de setembro de 2009

pseudo plagio de Calvino:

Em Uloap há mais pessoas do que cidade, então todos vivem num arranjo quase estático para que todos caibam.
Como há gente demais não se pode falar também, pois apenas o som já pode desarrumar o arranjo delicado em que se encontram.
Nesse emaranhado de pessoas desconhecidas, de muitas nem se o rosto. Talvez nem sequer tenham rostos, mas em raros momentos olhos se cruzam e, em seus movimentos limitados, não fogem, sorriem por um segundo. Em seguida mergulham de volta na multidão

sábado, 26 de setembro de 2009

Vem voar comigo. Desliga luz desliga a mente. Gira. Dança. Por alguns segundos toma essa liberdade irrevente. Esquecer que tem algo que precisa ser esquecido.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Caramujo de mudança

Procura-se nova concha, de preferência mais resistente

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Puxa como era bom estar presa por um fio de cabelo e poder balançar no vento. Como é incrível a sensação que nada te segura. A ilusão de que se flutua. Como era bom inventar tempo onde ele não existia. Como era linda a moça do metro, a menina no banheiro, o loiro confuso e atrasado. Desconhecidos me fascinam ainda mais nesse estado sem chão.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Café

Era daqueles dias horrivelmente quentes em que se lamenta não poder derreter. Dias propícios para nada dar certo e de fato tudo saiu errado. Desencontros inúmeros. Mil ocupações que se multiplicam e nunca se resolvem fazem crescer as preocupações. De tudo que já estava começado muito foi perdido e o pior não havia quem culpar. Tudo fora destruído com a melhor das intenções. Depois da frustração de ver o pouco feito desfeito ainda tentou olhar ao redor, mas nada nem ninguém. Não havia de onde tirar forças para voltar refazer do zero o que já devia estar pronto e cisma em não estar e ainda outras mil coisas surgiam por fazer. Irresponsável! Abandonada! Não, não havia mais o que fazer se não sair por ai sem rumo segurando as lágrimas nos olhos para ver se o Sol não as evaporava.
Em dias assim, no ápice da catástrofe é que se recebem flores inesperadas.
São dias em que o gosto amargo se torna agradável

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Li hoje que más escolhas trazem boas histórias.
Brindemos as más escolhas!