segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Presente de ano novo


Na verdade é a primeira vez que eu realmente tenho vontade de escrever sobre um ano novo (e ainda nem é 2012). Acho que por que pela primeira vez esse ano novo é completamente novo e a gente vira sem fazer a menor ideia de como ele será. Não é como os outros que por mais que sejam imprevisíveis as pessoas a estrutura é imutável e conhecida. Agora pode ser qualquer coisa. Talvez seja até isso que me motive a ter um ano novo.
Era como se nos outros eu meio que soubesse o que aconteceria e não havia muito mais a desejar do que amor para o ano seguinte. Já que era a única coisa mutável e surpreendente na minha vida. Dessa vez é diferente eu já tenho o maior amor do mundo e mesmo se não tivesse desejaria outras coisas antes. Vou falar aqui de coisas pessoas, não acho que esteja numa época das mais engajadas. Eu desejo não perder o passado, continuar vendo as pessoas e que elas nunca deixem de ser presente. Eu quero não esquecer de quem eu sou e do pouco e míope querer que tenho. Eu desejo sucesso, desejo terminar as coisas que eu começo, desejo arrumar meu quarto e principalmente desejo acertar nas minha escolhas ou ao menos fazer das minhas escolhas acertadas. Eu desejo um bom ano. Desejo ser surpreendida pra melhor. Desejo um Feliz 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pausa

Chega! Gritou para si mesma. Saiu da frente do computador, percorrendo rapidamente o labirinto de biombos com outros que não eram diferentes dela. Pensou em convidá-los para sua fuga, mas talvez, provavelmente, eles só a olhariam com maus olhos. Foi sozinha. Ela e sua bolsa enorme e discreta, como bolsas de mulheres como ela deveriam ser.
Pisou na avenida lotada de pedestres diferentes dela, mas que nunca notariam sua estranhice, já com a mão enfiada na bolsa tateando nervosa em busca do maço de cigarros light.
Finalmente encontrou um banco num calçadão. Parecia que só agora ela podia respirar. Inspirou o ar, a fumaça, não fazia diferença. Fechou os olhos por alguns segundos a ponto de ter um sonho curto com um mundo distante feito de nuvens onde haviam alguns olhos amáveis e conhecidos.
Terminou seu cigarro e voltou para seu trabalho.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ah, eu só queria que os outros soubessem que eu existo. Que eu estou em são paulo e que eu adoraria saber de casa, mas eles esqueceram... deixa pra lá

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Tlin Clin

Repito o que eu sempre dizia. O vazio que eu tenho é agradável por me fazer querer preenche-lo. Por me empurrar num mergulho pelo novo. Mas como esse novo está demorando...

The Lucky One
Au Revoir Simone

A dream of togetherness
Turned into a brighter mess
A faint sigh my spoken best
Now, now

Make way for the simple hours
No finding the time it's ours
A fate or it's a desire
I know

So I was the lucky one
Reading letters, not writing them
Taking pictures of anyone
I know

So let the sun shine
So let the sun shine
So let the sun shine
Let it come
To show us that tomorrow is eventual
We know it when the day is done

So let the sun shine
So let the sun shine
So let the sun shine
Let it come
To show us that tomorrow is eventual
We know it when the day is done

So let the sun shine
So let the sun shine
So let the sun shine
Let it come
To show us that tomorrow is eventual
We know it when the day is done

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mas eu nem gosto de algodão doce. Na verdade isso sempre foi uma grande frustração. Uma nuvem doce e colorida era uma idéia tão maravilhosa que o problema deveria ser eu para não gostar. Se bem que quando cresce ninguém mais gosta, mas como a idéia parece maravilhosa usam-na como se fosse bom mesmo. Corrigindo: tem dias em que o mundo é uma minhoca de gelatina.
Mas tem dias em que o mundo é um algodão doce

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Reencontro

Olhou para o retrato, para ele, para ele para o retrato, para suas mãos nervosas. Poderia até ser parecido. No documento continuaria constando o mesmo nome e sobrenome, os mesmo dados para coisas de ordem prática, mas o coração dela se frustrara. Não era quem ela procurava. Guardou o retrato e saiu.

Fitava o telefone impacientemente. Não, não esperava nenhuma ligação. Ninguém especial. Só esperava que alguma coisa acontecesse, que alguém aparecesse naquela tarde cinza. Qualquer coisa que a tirasse da monotonia da qual não queria sair sozinha, Ela só queria uma companhia que ocupasse seu dia e tirasse aqueles pensamentos nervosos de sua mente por alguns segundos.

Mas


Não que as coisas estejam claras, mas eu quero dar um ponto final nesses textos que acabo postando aqui por estar na frente do computador quando os escrevo.
Tudo voltou numa quarta feira a duas semanas e se consumou na sexta da mesma semana. Agora depois de um ano as coisas devem finalmente voltar ao normal. Ok? Não vou te dizer eu te esqueci. Mentira. Mas eu vou tentar finalmente dizer o que tenho pensado.
Hoje é quinta feira véspera de feriado e de vestibular, são uma da manhã e eu estou em casa sozinha ouvindo uma cantora indie e tentando organizar alguma coisa, meu namorado não pode sair.
Agora que já falei de minhas condições vou escrever o que espero que seja a ultima coisa pra você, mas eu duvido.

Eu quis da minha vida um romance. Eu queria viver o maior amor de todos, maior que qualquer ficção que eu tenha lido. Eu queria um de verdade. Era claro que não seria com você. Você era o contrário de mim. Deveria ser com um dos vários príncipes encantados charmosos, atenciosos e carinhosos que eu conheci. Você era quem apareceu quando eu estava sozinha. Você era o desafio. Mas eu não sei não gostar das pessoas. Me envolvo e logo te amo e tento te convencer dessa história de conto de fada. Dessa pontinha de realidade que poderia ter e eu sei que você acreditou e estou convencida que até hoje você acredita. Eu gosto da nossa história também pelos defeitos, por ela não ser como todas as outras, por eu me acabar, por eu tentar acabar com você. Mas não consigo esquecê-la porque estou convencida de que ela está inacabada e você confirmou isso. Mas de certa forma quem venceu foi você, no fim eu perdi toda a minha crença ingênua nas novelas, romances, contos de fadas, filmes e no que mais você quiser. Aprendi muito nesses tempo de coração de pedra. Mas talvez eu precise que você me devolva o pedaço razoável dela, preciso que terminemos essa história que pra mim deveria ser incrível.
No entanto quero um final feliz impossível. Mas nas tentativas de me livrar de você estou amarrada agora e já não sei mais se quero nosso final feliz. Arruma um final digno pra nossa história, pode ser me matando em você, mas eu não suporto fingir que já tivemos um fim.

terça-feira, 17 de novembro de 2009




Um pé no sonho, outro pisando em falso na realidade. Nessa dança era difícil saber qual era qual. E como deveria ser o próximo movimento. Então se dançava como se devia dançar: sem pensar em mais nada. Deixando a musica guiar. Mas é assim mesmo? Aonde se vai chegar?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009


Mas nas tempestades aparecem arco-íris

domingo, 15 de novembro de 2009

Eu finjo que não é você. Que não é pra você que eu escrevo. Que não é pra te mostrar o que quer que seja que eu continuo vivendo e tentando fugir da minha mediocridade. Eu finjo que acredito quando você diz que não sou eu.
Você finge que não sou eu. Que continua o mesmo. Que não há mais nada a se dizer.
E continuamos com palavras frias. Com olhares desesperados que não fazem questão de se evitar como os corpos.
E esses olhos dizem, gritam nossa fingimento. É assim que somos e eu fico aqui e escrevo já que não sei o que fazer com esses olhos.
Ok, agora você levanta da queda do abismo mais profundo. Finge que não aconteceu nada de mais e sem perder a pose continua porque agora sim será a melhor fatia da sua vida

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tudo Pela Metade
Marisa Monte

Eu admiro o que não presta
Eu escravizo quem eu gosto
Eu não entendo.
Eu trago o lixo para dentro
Eu abro a porta para estranhos
Eu cumprimento
Eu quero aquilo que não tenho
Eu tenho tanto a fazer
Eu faço tudo pela metade
Eu não percebo.
Eu falo muito palavrão
Eu falo muito mal
Eu falo muito
Eu falo mesmo.
Eu falo sem saber o que estou falando.
Eu falo muito bem
Eu minto

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Me disseram que a gente começa a ver os defeitos pra tornar a separação mais fácil. Acho que é verdade tanto que não quero mais guardar lembranças sigo sorrindo pro escuro: "O passado é uma roupa que não nos serve mais"

Ainda bem que existe Sofie Caille

Me pedir pra deixar dito qualquer coisa sem importância, uma lembrancinha qualquer, pra ele jamais seria dizer qualquer coisa. Não quero dizer que ele seja uma ferida assim profunda, mas, com uma analogia idiota, diria que era aquela casquinha de machucado que as vezes é irresistível não arrancar.
Dessa vez desse jeito eu não consegui pensar em nenhuma saída rapida. Claro era uma coisa muito desimporatante pra qualquer um que não fosse eu. Acho que no fundo eu gostaria de acreditar que seria importante pra ele e dai a importância do conteúdo.
Da maneira que aconteceu. Ser pega de surpresa com os olhos pousados nele e desastradamente não conseguir fingir que não era isso. Mas ele também faz isso! Não é justo! Tanto que no fim acabei resolvendo me importar.
Claro que não podia perder o meu romantismo característico numa hora como essa. Finge que sim e que não diz que ele é importante, mas não entrega nada. Afinal ele ta fez não saber mais o que é gostar e o que é odiar alguém.
Mas no fim terminei bem com todo o significado que "Te Cuida" pode ter.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Falta um motivo pra passar a noite em claro

sábado, 31 de outubro de 2009

Fantasmas

Mil rostos ao redor dela impediam que ela visse qualquer coisa. Seguiam-na atordoantes. Ela já não tinha saída. Rendia-se aos mil rostos com a mesma feição conhecida e misteriosa, afinal já estava acostumada com essa assombração.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Se a carapuça serviu...

Hey Boy- Mutantes

He he he hey boy
O teu cabelo tá bonito hey boy
Tua caranga até assusta hey boy
Tchu aa uu
Vai passear na rua Augusta tá
He he he hey boy
Teu pai já deu tua mesada hey boy
A tua mina tá gamada hey boy
Tchu aa uu
Mas você nunca fez na na na
No pequeno mundo do teu carro
O tempo é tão pequeno
Teu blusão importado úúú
Tua pinta de abonado
(tuas idéias modernas)

He hey boy
Mas teu cabelo tá bonito hey boy
Tua caranga até assusta hey boy
Tchu aa uu
Vai passear na rua Augusta tá
A menina e as pernas
Vão aparecer
Nos passos ritmados úúú
No bem dançado
(Da cuba libre gelada)

Hey boy
Viver por viver
Hey boy
Viver por viver
Hey boy
Viver por viver

domingo, 18 de outubro de 2009

Chovia. Ela com as mãos no vidro frio via as gotas escorrerem do outro lado. Lá fora as coisas aconteciam.
As gotas escorregavam, se encontravam, se juntavam, se bifurcavam. Algumas ficavam paradas até que outras as encontrassem, como se esperassem companhia.
Ela continuava estática observando a chuva, esperando alguma coisa. O que ela esperava? Nem ela sabia. Qualquer coisa que a tirasse da janela.
Mas não acontecia. Nada vinha. Não tinha história para contar se não a das gostas e do céu se abrindo.
Ela era a chuva.

sábado, 17 de outubro de 2009


Fiz e tomei café sozinha.
Ainda estou com a maquiagem borrada nos olhos.
Está escuro no meio da tarde.
Ouço uma banda melancólica e desconhecida.
Já recebi três recusas.
Talvez a vida precise de dias chuvosos e solitários mesmo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pra quem me ensinou a viver o que não é real


Senti saudades... nunca pensei que sentiria saudades dele... mas senti... o amei... não me senti mal, nem triste. Significa que tudo valeu a pena, que tudo foi real. Fico feliz por isso. Espero que ele esteja bem naquele lugar distante onde ele está.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Com licença poética
Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hoje me fizeram chorar. Choro até agora, deve fazer quase duas horas. Por uns segundos me acalmei. Superei o motivo maior que tinha me feito começar a chorar, mas já era tarde. Já estava frágil demais. Qualquer coisa é estopim pro choro voltar. Dai volta o primeiro motivo dai volta tudo.
É engraçado o poder destrutivo que as palavras vindas de alguém especial tem. Devia ao invés de chorar ter lhe dado um tapa pra ele sentir alguma coisa. Mesmo que essa coisa não fosse um quinto do que eu senti.
Pena na hora não ter pensado em outra solução se não mostrar que eu era mais frágil do que ele pensava. Era uma solução. Mostrar o que ele fez. Mostrar que palavras machucam. Mas talvez ele seja tão bruto que nem isso tenha percebido, pobrezinho.
Se ele estivesse com o olho roxo acho que não estaria chorando agora. De certa forma eu me sentiria vingada e um pouco satisfeita. Mas eu chorei e agora com o rosto inchado e o olho vermelho tento mil jeitos de me sentir melhor, mas nenhum parece muito efetivo. Talvez um abraço. Assim que alguém puder me abraçar...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mimo

Quero-te pra ver teus pés... Quero-te pra que me queiras... Quero-te pra me vingar de ti, dele e de quem mais for... Você é o que eu quiser... Por isso que quero-te... Quero-te para que sejas o que eu quiser... Quero-te tela vazia, bloco de argila, folha em branco... Quero dar forma ao meu querer... É por isso que te quero tanto assim.

domingo, 27 de setembro de 2009

pseudo plagio de Calvino:

Em Uloap há mais pessoas do que cidade, então todos vivem num arranjo quase estático para que todos caibam.
Como há gente demais não se pode falar também, pois apenas o som já pode desarrumar o arranjo delicado em que se encontram.
Nesse emaranhado de pessoas desconhecidas, de muitas nem se o rosto. Talvez nem sequer tenham rostos, mas em raros momentos olhos se cruzam e, em seus movimentos limitados, não fogem, sorriem por um segundo. Em seguida mergulham de volta na multidão

sábado, 26 de setembro de 2009

Vem voar comigo. Desliga luz desliga a mente. Gira. Dança. Por alguns segundos toma essa liberdade irrevente. Esquecer que tem algo que precisa ser esquecido.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Caramujo de mudança

Procura-se nova concha, de preferência mais resistente

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Puxa como era bom estar presa por um fio de cabelo e poder balançar no vento. Como é incrível a sensação que nada te segura. A ilusão de que se flutua. Como era bom inventar tempo onde ele não existia. Como era linda a moça do metro, a menina no banheiro, o loiro confuso e atrasado. Desconhecidos me fascinam ainda mais nesse estado sem chão.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Café

Era daqueles dias horrivelmente quentes em que se lamenta não poder derreter. Dias propícios para nada dar certo e de fato tudo saiu errado. Desencontros inúmeros. Mil ocupações que se multiplicam e nunca se resolvem fazem crescer as preocupações. De tudo que já estava começado muito foi perdido e o pior não havia quem culpar. Tudo fora destruído com a melhor das intenções. Depois da frustração de ver o pouco feito desfeito ainda tentou olhar ao redor, mas nada nem ninguém. Não havia de onde tirar forças para voltar refazer do zero o que já devia estar pronto e cisma em não estar e ainda outras mil coisas surgiam por fazer. Irresponsável! Abandonada! Não, não havia mais o que fazer se não sair por ai sem rumo segurando as lágrimas nos olhos para ver se o Sol não as evaporava.
Em dias assim, no ápice da catástrofe é que se recebem flores inesperadas.
São dias em que o gosto amargo se torna agradável

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Li hoje que más escolhas trazem boas histórias.
Brindemos as más escolhas!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Contratempo

não havia nada. Por mais que tentasse se expressar tudo que quiser ser dito já se esvaíra. Não eram palavras que faltavam. Elas continuavam no lugar de forma impecável, mas todo sentido havia fugido. Pra onde? Por que? Dizia que era o tempo que lhe faltava. Mentira ultima invenção para mascarar a falta de criatividade. Só não havia mais nada pra dizer. Tempo havia. Talvez o que faltasse fosse um bom uso do tempo ou apenas um bom tempo. Um tempo que trouxesse a atemporalidade dos pensamentos. Lhe faltava ter tempo parar o que não cabia no tempo. Faltava o eterno dos pensamentos atemporais expulsos pelo tempo contado de fazer.

sábado, 15 de agosto de 2009

Coelho

E o tempo que resolveu se achatar. Sei que tive a minha opinião nessa decisão do tempo de passar diferente, mas não foi muita. Para todos nós é tarde é tarde é muito tarde. Um segundo é infinito, mas são segundos infinitos que passam em milisegundos. Não dá tempo. Não há tempo. E eu corro. Me aflijo com tudo que tenho que fazer. Me aflijo com a falta de tempo. Odeio não ter tempo para fazer a minha atividade mais importante: "absolutamente nada".
E as pessoas que também passam correndo, mas também as que não correm são deixadas para tras por eu mesma que passo correndo por elas. O que fazer?
Sentar e descansar. Dá tempo?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nobody feels any pain
Tonight as I stand inside the rain
Ev'rybody knows
That Baby's got new clothes
But lately
I see her ribbons and her bows
Have fallen from her curls.
She takes just like a woman, yes, she does
She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

Queen Mary, she's my friend
Yes, I believe I'll go see her again
Nobody has to guess that Baby can't be blessed
Till she finally sees that she's like all the rest
With her fog, her amphetamine and her pearls.
She takes just like a woman, yes
She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

It was raining from the first
And I was dying of thirst
So I came in here
And your long-time curse hurts
But what's worseIs this pain in here
I can't stay in hereAin't it clear that? I just can't fit

Yes, I believe it's time for us to quit
When we meet again
Introduced as friends
Please don't let on that you knew me when
I was hungry and it was your world.
Ah, you fake just like a woman, yes, you do
You make love just like a woman, yes, you do
Then you ache just like a woman
But you break just like a little girl

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Balanço

Ganhei mais uma semana, mas por enquanto foram 10 filmes, 6 livros, 4 cachecóis, 5 cidades.
Dessa vez não houve nenhuma lista de o que eu deveria fazer. As coisas simplesmente vieram, assim como as frustrações e os momentos bons. Aconteceu de tudo e eu passei por tudo flutuando leve. Amei cada pessoa que viajou comigo, chorei em todas as viagens, mas todas foram magicas. Nunca estive tão leve, apesar da melancolia, apesar de alguns ódios cultivados por mim mesma, apesar de perdas, tive bons sonhos. Tive tempo para pensar, talvez por isso não saiba mais nada do que quero, mas minha vida anda arrumada de tal forma que conseguiria passar por muitos futuros. Não mergulho, já estou submersa em o que quer que seja. Deslizo e vejo aonde vou dar.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Trecho roubado de A chave de casa de Tatiana Salem Levy

[Você nunca pensa em coisas boas? Não tem sonhos?] Tenho, claro que tenho. Sonho que um dia um príncipe chegará montado num cavalo branco para me buscar.Não precisarei fazer esforço algum, ele saberá que sou a mulher por quem ele procura. Bastará nos olharmos para saber que fomos feitos um para o outro. Ele me pegará pela mão e me levará, a cavalo, para um lugar lindo, onde haverá uma grande festa, onde encontrarei todos que já partiram deste mundoe todos que nele ainda estão. Lá viveremos felizes, numa terra que não conhece a morte, não conhece tempo, não conhece a dor. [Então você sonha?] Sonho, claro. Tenho ainda outros sonho, que nunca contei a ninguém. [E o que é?] É tenho esse sonho impossível: escrever escrever escrever.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ritual

Você precisava vê-la.
Ela saiu do banho e se lambuzou de cremes com cheiros. Ainda enrolada na toalha, se cobrindo de ninguém, pintou as unhas de vinho. Penteou os cabelos e se vestiu. Escolheu a roupa minuciosamente. Toda de preto como a muito não ficava tinha uma beleza diferente, talvez melancólica. Elegante. Depois pintou os olhos se prometendo que não choraria para não borrar a maquiagem. Borrifou o perfume caro que vinha no frasco esquisito. Nunca havia se arrumado tanto. Queria estar linda. Hoje era especial.
Tomou um café e fumou pra se acalmar. Mascou um chiclé de menta pra disfarçar. Pegou o casaco e o guarda chuva e saiu na rua sozinha na escuridão das 3 da tarde. Não era dia de nada. Ninguém a esperava, mas nada importava. Celebrava sua solidão. Celebrava as partidas, a todos que a deixaram. Finalmente conseguia deixar tudo para traz. Era, por um segundo, rainha de si mesma.
Você precisava vê-la.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melodrama

Já se alongava por muito tempo. Mesmo eu que respiro por histórias de amor a achei gasta. Sofrida. Já havia demorado demais para que houvesse um desfecho fosse ele um final feliz ou trágico. E nessa espera já havia tempo para se preparar para todo o pior. Foi o que fiz. Contava as horas esperando para ser apunhalada. Descrente de um final ameno só esperava. Agoniada vi o tempo fugindo de mim sem que nada acontecesse. Não pude fazer nada, então esperei até o momento trágico. Cheguei a me sufocar por ele. Vivia esperando minha morte. Até que enfim chegou a hora.
Foi surpreendente sua vinda. O momento que eu mais temia enfim me libertou por completo. Já não precisava mais esperá-lo, agora eu podia fazer o que quisesse. O pior já passou. Visto minhas asas e voo a procurar uma nova história de amor para inventar.

"Como é cruel ( e bonito) que a vida continue depois de você"- Tatiana Salem Levy
Na sua estante
pitty

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar,
Te vejo sonhando e isso dá medo,
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
'Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver, só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar

sábado, 11 de julho de 2009

Passado choque, a viajem:

Tudo acaba. Nada lá poderia ter mais significado do que isso. Tudo acaba. A frase brincava com nossas alegrias e tristezas. Lindo. Lá me senti feliz. Feliz porque tinha que estar feliz, porque tudo logo acabaria, porque tinha que viver todos os segundos e vivi. Estava inteira submersa naquela viajem de musicas, sons, sensações e idéias. Pra dentro da grade era tudo racional, genial. Pra fora a bagunça a loucura o outro lado da genialidade. Nós no meio privilegiadas pelos dois eramos simplesmente felizes. Não há sintese possivel. O qe há são nossas recordação ininteligiveis para que não viveu. Para quem não ouvio as longas idéias construidas ao longo de vidas. Para quem não ouviu a musica da rua nem viu os sacis e as fadas. Entre os objetivos e as loucuras despudoradas andando em circulos despertei velhos sonhos e temores adormecidos. Agora acordados depois da viagem viajam comigo pela minha vida ou ao menos pelos próximos dias. Me deseje boa viajem.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um pierrô-retrocesso

Queria escrever sobre a viajem, mas sei que hoje não conseguirei. Não te vi ao vivo, mas vi o deixou para que eu visse. Escrevo aqui o que você queria que eu escrevesse e sei que nem verá. Te odeio. Te odeio por me fazer pensar em você mesmo longe, por me fazer escrever aqui desabafos, por não me deixar escrever do mundo em que estava, por me obrigar a escrever de meu regresso e de você.
Você? Você nem faz parte do meu mundo! Ah, faz. Você insiste em fazer. Cada passo que dou para longe você estremece, tem medo de me perder. Diz eu te amo para ouvir minha voz como eco da tua e depois toma distância novamente para ouvir meus lamentos.
Só pergunto pra que mente pra mim? Sabe que ilusões não necessárias para me manter sua. As ilusões que cria para mim só reforçam seu sadismo. Por que não me deixa só com as mentiras que me invento para fingir que não sou inteira sua?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Trapos

Desnudei meu coração. Ele era todo visível a ele. Encarava-o sem poder vê-lo. Nua, despudorada, completamente exposta, vulnerável. O frio e o medo me tomavam. Arrepio. Então foi a vez dele. Fez muito mais que eu. Teve coragem de se rasgar. Estilhaçou seu coração. Fez-me visível todas as suas entranhas. Ele finalmente fazia e sentido. E só diante daquela sena. Só de fronte de corações retalhados é que se fez possível dizer eu amo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Destino meu nada, pois nada tenho, mas tenho a quem destinar. Destino aos que tem orgulho do que fazem. Aos que não tem medo de ser tolos. Aos que amam e idolatram suas criações. Aos que as fazem parecer incríveis. Aos que são felizes com amando suas criações bobas ou geniais. Aos que não tem falsa modéstia. Aos que não tem medo de ser orgulhosos e não o escondem. Pois são estes os que fazem alguma coisa já que não há ninguém que consiga sinceramente assumir sua ignorância.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Nostalgia

Foi fazendo um curativo na ponta do dedo que eu lembrei de você. Você ainda lembra de mim. Espero que não, pois mudei muito e não sei se gostaria de ser lembrada da maneira que me lembro de ser naquela época. Mas talvez você não se lembre de mim do mesmo jeito. Como eu costumava ser? Bem, pergunto isso pois tenho a impressão de lembrar de você com mais carinho do que tinha quando aquela época era o presente. É estranho pensar como a distância muda o passado. Mas deve ser mesmo verdade. Minha admiração por você só cresceu, talvez se ainda te visse nem te admirasse mais. Ainda bem que não vejo. Prefiro não ver. Uma frustração a menos. É tão triste quando uma lembrança boa é destruída pelo pretensamente real presente. Em compensação é agradável pensar que coisas irritantes às vezes se tornam lembranças agradáveis. Por exemplo um machucado na ponta do dedo que traz consigo a sensação de uma época inteira em que ele era um incomodo constantemente presente. É agradável por trazer lembranças. Por te lembrar que há uma história sua. Há algo mais especial do que isso?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

É claro que teremos adeptos a nossa nova escola de velhas artes repaginadas

Mundo


Tive a impressão de que tudo que disse até agora bastava. Que não era mais necessário dizer nada. Que tudo era novamente redundância. Que ingenuidade. Havia ainda tanto para ser tirado de um mergulho profundo pelo caracóis coloridos de dentro de mim. É apenas assim que sei viver: Num mundo meu. Mundo confuso. Colorido eu disse? Nem tanto. Não digo monocromático, sem cor, em sépia ou preto e branco, mas são poucas as cores que ele permite que o consistam: cores sérias. Mas não sérias mesmo. Tornar um mundo de cores sóbrias absurdo torna as coisas mais divertidas. Ou a meu ver mais interessantes. Além de cores: espirais, eles tem começo e fim diferentes, mas ninguém sabe qual é qual e um dos dois é no meio. Assim é minha vida. Um espiral de cores tristes tentando formar um desenho alegre. Cores alegres? Superficiais. Realidade? Sim, às vezes, porém, dolorosa que é, aqui se brinca com ela. Se desmonta e remonta, mudam se peças. Ela é sempre a matéria prima, mas obra final, quando cumpre seu objetivo, acaba sendo mais agradável. Talvez seja errado esse mundo, mas é como aprendi a viver.

sábado, 30 de maio de 2009

Rosas

Aqui as rosas que morreriam em botão,
as rosas mal formadas que não poderiam desabrochar,
rosas que não se entregam a primavera,
rosas ensinadas, rosas domadas,
rosas angelicais de Platão

Eu não era mais um botão
Mas em meu desabrochar doloroso não quero ser flor

segunda-feira, 25 de maio de 2009

sobre um encontro

De novo ela andava. Andava devagar. Vagava sem rumo. Cada passo em uma direção. Seus movimento eram pesados. Pareciam lhe doer. A vida passava arrastada. Todo movimento era forçado.
Andava desengonçada prestes a cair. Insistia em carregar milhares de quinquilharias. Tranqueirinhas que tomaram proporção tamanha que a desequilibravam. Algumas ainda obstruíam sua visão tornando ainda mais difícil tomar um rumo. Ela não andava em círculos, mas dificilmente sairia do lugar. Carregar aquele monte de coisas exigia quase toda a sua atenção e cuidado. Todo seu esforço se destinava a equilibrar tudo que ela acumulara e agora carregava.
Não, ela dificilmente chegaria a algum lugar.
Foi quando encontrou. Não sei se seu deslocamento lento a levou ou se simplesmente veio a seu encontro.
Pouco a pouco entrou em suas entranhas e começou a arrancar os cacarecos que carregava. Os despejava para fora pelo buraco que entrou. Lhe doía. Ela estava completamente atordoada. Doeu-lhe ainda mais quando alcançou o coração e começou a tirar de lá as coisas que já estavam tão acomodadas. Seu sangue lhe afligia de mais. Como ainda não morrera depois de perder tudo aquilo?
Aquele momento cessou. Lhe olhou nos olhos e disse que agora ela tinha espaço pra seguir adiante. Ela chorou. Seu choro, uma celebração do vazio. Do vazio que lhe doía que fazia uma profunda falta e do vazio que a fazia seguir, do vazio que a faria sentir imenso prazer em preenchê-lo.

domingo, 3 de maio de 2009

Neste momento, penso em você
e então quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora
como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta,
e me permite entrar
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando ai,
agora... neste momento,
em pensamento... no vento

Mário Quintana


sexta-feira, 1 de maio de 2009

mosca de manteiga

"Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento
e estou pensando em você"- Mário Quintana

Ao vê-lo ela virou borboleta. Pequena e alegre ziguezagueando num vôo nervoso. Ele estava longe ainda. Andava despreocupado. Talvez onde estivesse já nem fosse mais deserto.
Ela voava sem rumo certo. Se queria alcançar aquela flor ou não, era uma indecisão. Mas as outras angústias que trazia já não pesavam mais. Ela voava leve. A areia escaldante não serias mais seus pés. Ele conseguiu fazer sumir toda hostilidade que a prendia.
Agora a borboleta voava livre. Sonhando com o beijo que daria em sua flor. Mas se o sonho se concretiza? Se ela deixa de ser borboleta? Ora isso não é para agora, por hora aproveita teu vôo apaixonado, borboleta.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fênix

Ela estava indubitavelmente morta. Seu corpo triste e frio jazia em qualquer lugar sem que ninguém o houvesse encontrado. Foi então que a magia se deu. Como cobra que abandona a antiga pele que já não lhe serve, ela saiu de seu cadáver. Primeiro pensei estar diante de um recém nascido. Depois fitando aqueles olhos cansados jurei que ainda era uma morta, desperta, porém morta.
Diante de figura tão dispare e tão duvidosa me rendi a minha intriga e pus-me a observá-la na esperança de obter, uma migalha que fosse, de resposta sobre o ser a minha frente.
Tive certeza de que via o mundo pela primeira vez. Que era um bebê empenhado em novas descobertas, porém seu olhar não era de fascínio, surpresa ou curiosidade. Eram olhos às vezes tristonhos, às vezes ácidos, odiosos, nostálgicos, decepcionados saudosos ou tristes. Mais tarde soube que fora de fato a primeira vez que aqueles olhos espiaram o mundo, porém traziam em si o filtro daquela alma velha impregnada com as infinitas vidas anteriores e com todas as mortes.
Aquela contradição a minha frente teria uma vida feliz, talvez breve, porém feliz. Vislumbrando-a me perguntei quantas vezes não teria eu feito o mesmo. Foi então que morri.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Talvez fosse daquelas bonecas de porcelana. Que se tem vontade de possuir. Mas não é boa de brincar como as de pano e de plástico. Daquelas que quebram fácil. Dessas com os olhos vidrados que assustam a noite. Aquelas que você põe num canto e esquece depois de ganhar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

De agonia

Ela me sufocava me consumia em seu aperto e acabei por ressurgir de meus restos deploráveis. Como um bebe sigo cambaleante na descoberta de novo do mundo desprotegida das maravilhas e horrores seguia para descobri-los fascinada procurava algo para procurar.

domingo, 12 de abril de 2009

Entre o crepúsculo e o plenilúnio

"Bailam corujas e pirilampos Entre os sacis e as fadas"-Secos e Molhados- O vira

Foi só surreal. Não há o que explicar. Só havia deixado minha vida para lá para viver lá. Viver como poucas vezes vivo. Viver sem se preocupar com a vida. Se esquecer do tempo. Se entregar aquela atmosfera quase mágica. Ser o mais próximo possível de si mesmo. E nesses momentos que acontecem as surpresas. Que se renasce e se surpreende. Tudo podia acontecer e alguma coisa aconteceu. E agora? O que faço de volta a realidade? Sonho com aquele mundo de sonho e tento fazer desse aquele.

sábado, 4 de abril de 2009

"It's a nice day to start again"-White Wedding- Billy Idol

Nada se compara a ver o Sol nascer depois de uma noite longa e fria. Mesmo que tudo seja figurado.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Calma

Foi bom ela ter me dito pra continuar como sou. Para não me afobar nem me sentir culpada. Foi bom ouvir que era pra viver, pra continuar vivendo

segunda-feira, 30 de março de 2009

"Princesa, surpresa, você me arrasou"-queixa- Caetano Veloso



Por muito vaguei sem rumo cada vez mais fundo. Na busca por um sorriso encontrei ainda mais lágrimas. A luz do Sol que me aparecia apenas me cegava e me queimava sem me esquentar ou me iluminar. Quando jurava que melhoraria caia novamente. Fundo cada vez mais profundo. Mas agora vejo de novo meu sorriso distante e sonhador voltar aos meus lábio como se quisessem ficar mais de um segundo. Desculpe vou me embora. Se é que minha falta será sentida. Vou atrás do sorriso. De novo tenho força para retomar minha busca pelo fim do arco-íris. Se quiser fico, mas então me da uma alegria que cure as feridas que aqui me foram feitas. Não aguento mais chorar e agora que o pranto já secou me jogo ao horizonte. Meu desejo de poder recomeçar finalmente foi atendido. Agora vou de novo atrás de estrelas cadentes. Me deseje sorte que eu estarei te desejando tudo o que quiser.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Violet

Hole

And the sky was made of amethyst
and all the stars look just like little fish
you should learn when to go
you should learn how to say no


might last a day yeah
mine is forever
might last a day, yeah
well mine is forever


when they get what they want they never want it again
when they get what they want they never want it again
go on, take everything, take everything i want you to
go on, take everything take everything take everything i want you to


And the sky was all violet I want it again,
but more violent, more violence
hey, i'm the one with no soul
one above and one below


go on, take everything take everything i want you to
go on, take everything take everything i want you to


i told you from the start just how this would end
when i get what i want then i never want it again


go on, take everything take everyting i want you to
go on, take everything, take everything i want you to
go on, take everything, take everything i want you to
go on, take everything, take everything i want you to
go on take everything take everything take everything

take everything



Aconteceu sem estopim algum. Sem contraste o cinza se desfez do cinza em meio a um mar calmo. Talvez demasiadamente calmo.
Após o bombardei a esse oceano de paz, ela, que acertada em cheio, afundava cada vez mais profundo enquanto a seu redor apenas curtas ondulações afetavam a estabilidade daquela água salgada.
As feridas ardiam em sua mente já descrente de voltar à superfície. Ah, se pudesse ver nitido o, então turvo, reflexo da Lua e por ele ser guiada de volta.
Sei que algum momento ela voltará a respirar a brisa fresca e seu sorriso de novo espantará a noite.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sal

"Jasy ra'y ojovahéi hina" ("a lua nova renova a nossa face")



Era um dia frio, seco e de um calor horrível. O Céu cinza a fazia perder mais ainda suas esperanças. Vagando numa terra coberta de sal seus pés ardiam e ela estava cada vez mais desnorteada. Será que seu coração seria para sempre infértil? Procurava não refletir sobre isso para que sua caminhada não se interrompesse. Caminhava sempre, mas cada vez mais sem propósito. Caminhava em círculos diretamente para um abismo. Oscilava entre a vontade louca de se atirar e o apego que tinha da terra de antes. Valeria continuar na esperança de um dia talvez encontrar novamente um sementinha que florescesse em si ou acabava enfim seu caminho exaustivo? Algumas horas o Sol aparecia e ela, esboçando um sorriso, sentia novamente vontade de andar. Outras vezes o cansaço era tanto que ela chagava próxima de se tornar sal também.
Por mais que outros tentassem se aproximar dessa terra de sal ela sabia que nem um deles a tornaria mais fértil. Isso era algo que ela deveria fazer sozinha. Mas como? Seria mesmo possível? Ela jurava que não, mas algo dentro dela insistia em contradizê-la, em dizer que sim, em fazê-la seguir. Nas longas discussões que tinha com essa coisinha rebelde a única conclusão que chegava era que se insistisse acabaria ainda mais louca do que já provavelmente estava.
Dessa vez ela estava diante de um abismo, como os muitos que já se deparara e se desviara anteriormente. Dessa vez sentia-se disposta a mergulha-lo, mas novamente a coisinha começou a incomodá-la. Sentou-se então na beira do abismo para discutir pacientemente com ela quando uma pétala caiu próxima dela. Teria alguém jogado? De onde poderia vir se já não brotava nada por ali?
A pétala a fez lembrar dos diversos milagres que presenciara cotidianamente e não dava importância pois estava ocupada em sua busca por uma flor. Se milagres a rodeavam todo dia por que não um acertá-la em cheio e se fazer um broto, uma flor, um fruto. Quem sabe esse milhares de milagrezinhos não eram a própria flor que procurava?
Oh, havia muito o que discutir com a coisinha.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Por que

porquê, por que, porque, tanto faz. Palavra ou expressão ou qualquer outra coisinha na lingua portuguesa que nos impede de delirar. Possui o estranho poder de destruir qualquer sonho idealizado e/ou louco. Capaz de racionilizar qualquer pensamento. Não importa quão alto esteja esse bichinho aparentemente inocente consegue puxar seus pés de volta ao chão e focar sua visão. Seja causal, justificativa ou como for, te impede de sonhar absurdos. Isso é necessário? Por que? E por que sempre responder ao se perguntar porque?

quarta-feira, 11 de março de 2009

E faz sentido?

Faz sentido sentir saudades de alguém que você vê todo dia? Tenho me perguntado muito isso ultimamente. Tenho sentido mais saudades de alguém que esta no mesmo lugar que eu todo dia muito mais do que de um grande amigo que vive a algumas centenas de quilometros. É uma saudade as avessas, quanto mais vejo mais sinto saudades. Conversando simultaneamente com o mocoquense de quem sei a vida decor e loiro cujas conversas me fazem falta me dei conta: sinto falta não de vê-lo, mas da participação que tinha em minha vida. Não digo com carência ou saudosismo a uma história de amor passada. Digo com amor sincero como diria a qualquer outro que não possuísse um passado que sinto a falta dele. Sinto falta das conversas, dos sorrisos, dos comentários inoportunos, dos momentos de euforia ou de desprezo. Sinto falta de pensar nele também, falta de poder fazer um comentário maldoso sobre ele. Sinto falta dele fazendo parte da minha vida. Já a quem minhas relações se tornaram quase virtuais não sinto falta porque não me faz falta. Esta longe mas em todo momento em minha vida.
Só peço que não saiam sem se despedir.

segunda-feira, 9 de março de 2009

"A gente quer a vida como a vida quer"- Comida- Titãs

O que tem feito da vida? Normalmente pergunto isso para aquelas pessoas que não tenho noticias a muito tempo e por quem sinto imenso carinho e saudades. Pergunto querendo me inteirar de como anda a vida dessa pessoa que a tanto sumiu da minha vida. Após uma resposta breve a pergunta foi dirigida a mim também.
O que eu tenho feito da vida? Pergunta difícil. Eu poderia responder nada de mais ou nada de novo, mas não seria exatamente verdade. Diria que ultimamente passo por um dos raros momentos nos quais tenho ambições. O que estou fazendo da vida? Diferente da resposta de meu interlocutor: deixando ela me levar, eu estou vivendo pra valer. Corro atrás de desejos, faço projetos, coisas que gosto, coisas que preciso, coisas úteis, me divirto, eu tento ser quem eu gostaria de ser. Eu vivo.

terça-feira, 3 de março de 2009

"It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

You seem very well, things look peaceful
I'm not quite as well, I thought you should know"- you oughta know- Alanis Morissete

Sera que não consegues mais me olhar nos olhos. Não me importo se não quiseres falar. Não me importo com o que farás. Não peço uma palavra, nem um sorriso te peço. Peço apenas que consiga me olhar nos olhos e me devolver minha existência.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dro

Não fora num dia cinza e chuvoso num café à moda europeia, mas sim num fim de tarde de calor escaldante numa rede de fast food barata. Dois corações, um já cansado de esperar e o outro com uma feria profunda e recente, tentavam se reconciliar de brigas passadas. Não que isso fosse curar suas amarguras. Mas por um segundo não sentiam-se mais sozinhos no mundo. Quando já a noite caia seguiram pela rua cada um seu rumo reconciliados com si mesmos.

domingo, 1 de março de 2009

Avós

Felicidade: Quando se é jovem é necessário que se tenha ambições. Caso contrário você é velho. Após viver a era das ambições, sonhos e desejos, alcançá-los ou não, se chega no estado em que se é possível ser feliz. Quando você já satisfez toda a necessidade de querer, quando não há mais espaço para surgirem novas ambições e desde que você tenha consciência de que viveu plenamente seus desejos, sejam ele alcançados ou não. Ai sim você pode ser feliz. Fumas, beber pinga, ler, pintar e no fim do mês o vermelho do banco. Se vive assim com a certeza de que se viveu. O que mais alguém pode querer?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Debaixo do tapete

"Tomo um café com guaraná pra me animar, mas ficou tão tarde que é melhor deixar pra lá"- depois- pato fu

Conversando com a minha mãe percebi o quanto provas de química, trabalhos de português, filmes, livros começados, bagunças do meu quarto e coisas que eu gostaria de fazer tem em comum. Todas eu empurrei para de baixo do tapete da minha vida e espero que elas se desmaterializem por lá. Algumas até conseguem como o trabalho de português, afinal o ano já acabou, ou os filmes que eu comecei e não pretendo terminar. Alguns livros, em sua maioria infantojuvenil também são assim. O problema é quando as coisas não somem de debaixo do tapete e te fazem tropeçar. É aquele relevo horrível no tapete que você finge que não vê. Assim é o 2 de química, a bagunça do meu quarto e milhares de projetos que eu já tive e agora tenho o esqueleto deles. A maioria deles nunca passou de esqueleto e esse esqueleto vira a bagunça no meu quarto. Partituras de baixo, um amplificador, tinta óleo, fitas com começos de filme, taxinhas, história interminadas, retalhos, fotos, cartões, alfinetes, livros não lidos, boas ideias e etceteras. E ainda nem falei das listas. Minhas listas de intenções que logo virarão mais coisas para de baixo do tapete, mas mesmo assim são as listas os melhores passatempos que tenho. Minhas listas eu diria que são como cigarros, mantras, chocolates, orações, musica ou sudokus. Depende de que tipo de pessoa você é.
Mas meu grande problema agora não é o que me leva a fazer listas e sim o que acontece com os itens da lista que são empurrados para de baixo do tapete e se juntam com os Ds de química que surgem porque nunca estão na lista. Esconder poeirinha é uma coisa. Agora, quando ela começa a virar uma montanha, ou pior, se transformar num monstro enorme e monstruoso pronto pra acabar com a sua vida. Nessas horas você não consegue mais ignorar as coisas que empurrou com a barriga, então toma uma atitude. Ou joga tudo de baixo da porta do vizinho e espera que ele não venha se vingar com uma buzina de carnaval ou pacientemente passa o sábado em casa. Aceita com a maior dor do mundo que alguns de seus projetos trancados a um ano nunca vão se concretizar e se desfaz deles. Escolhe outros para levar a diante dessa vez a sério e tenta concertar os errinhos como a prova de química. E que jeito melhor de fazer isso do que com uma lista? Assim se amansa o monstro mas nunca se esvazia totalmente o deposito de coisas inúteis que um dia você talvez precise.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Juliana girando, ô girando

"Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos"-Sangue Latino- Secos e Molhados

Algo me irritava. Talvez o fato de girar junto com o mundo. Talvez o de não poder fazê-lo parar de girar. Fato é que me incomodava com sua rotação, com o rumo das coisas. Eu queria girar em sentido próprio, mas me encontrava parada, ou pior: girando junto com o maldito mundo. Nada me acontecia. Eu simplesmente seguia, era empurrada, aceitava e continuava andando na direção em que fui empurrada. É claro que o fato de girar em falso fora do eixo foi o que me trouxe a esse estado. Mas nesse estado encontrei agora um novo incomodo, nesse momento, pior do que o anterior.
Algo precisa ser feito. Posso eu girar mais rápido, posso girar sentido contrário, pode o mundo parar de girar, só não posso deixar como esta. Sei que qualquer mudança gerará um novo incomodo, mas me importa é parar com esse que se torna insuportável. Pensei e penso em deixar o mundo. Assim ele continua a girar e eu paro de me incomodar. Mas isso é trabalhoso acreditem ou não. Então das duas uma, ou encontro um novo eixo no qual valha a pena girar em torno ou acabo com todo o meu transtorno parando o movimento para sempre. Que aconteça ou que eu faça acontecer algo. Por hora estou tonta demais.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Profundesas



Flores
Titãs

Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
FLORES
FLORES
As flores de plástico não morrem

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Girassol

Sempre gostei de observar os anônimos Seja em ruas lojas, pontos de ônibus ou pela janela de meu apartamento. Não os observo com indecência, mas com descrição, respeito e até certa admiração ao seu modo seguro de transparecer saber onde estão e para onde vão.
Nessa tarde um desse anônimos me fez encontrar as flores que mudaram minha vida, ou ao menos esse dia. Chovia. Eu andava desajeitada tentando carregar meus livros, uma sombrinha e uma bolsa.
Até que a bolsa caiu de meu ombro. Quando parei para pegá-la me vi em frente a uma loja de flores. Pensei nele e no jantar de hoje. Por que não levar flores? Ainda mais sendo ele quem fará a comida. Foi quando vi pela vitrine que atrás do balcão estava uma moça de cabelos morenos e olhos bem azuis.
Ainda perdida em meus pensamentos entrei na loja. Levei um susto quando a vendedora perguntou-me se precisava de ajuda. Respondi confusa que não procurava nada em especial. Quando meu batimento cardíaco voltou ao normal perguntei qual era a flor mais bonita da floricultura.
Ela me apontou um vaso com girassois. Não via nada de mais neles, até acho que as rosas eram mais belas, mas a maneira que ela sorria ao falar dos girassois bastou para me convencer. Acabei por levá-los, porém eles não foram muito longe. No fim da tarde estavam na porta da floricultura com um cartão endereçado a alguém de olhos bem azuis.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Etéreo

"Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando"- Via-láctea- Olavo Bilac

E hoje acabou meu romance imaginário com um corpo existente com uma alma que inventei. Quando se compartilha a fantasia, o sonho se acaba e vem a realidade concreta.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Regard Distrait

No mesmo lugar que todos os dias,
mas esses dias tem sido diferente.
Me descuido
e meus pensamentos voam
e meus olhos pousam
em você. Por que?
Só volto a por os pés no chão quando seus olhos percebem meu olhar.
Que vergonha do meu gesto involuntário.
Mas tiro do susto de ser descoberta
uma alegria de ser notada.
E sou sempre eu que sem querer te espia?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver um futuro que no convida"- Pablo Neuruda

As coisas estavam um mar de rosas a ponto de inventar novas ilusões para mim. A chuva, a primavera florida, um cinema no fim da tarde, uma saia rodada, tudo me causava bem estar. Até chegar a noite. Trancada no meu quarto as coisas que eu queria voltaram a minha cabeça hoje. Já fazia tempo que elas não mandavam lembranças e dessa vez me julgava enfim livre, porém hoje voltaram a me atormentar. Procuro ignorá-las. Voltar a minha a tenção pra qualquer outra coisa. Qual o que? Logo me frustro comigo e elas voltam ainda mais fortes do que antes! Procuro outra coisa para me livrar delas ligo o computador procuro alguém para conversar. Pra que? Na tela vejo escancarado tudo do que queria fugir. O que fazer? Quando isso vai deixar de me incomodar?

Por hora me afogo em meio a responsabilidades e passatempos ou qualquer coisa entre estes. Sem parar pra respirar ainda tento afogar você.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O ultimo primeiro dia de aula

Puxa, um título auto explicativo!
Como foi? Bem diferente do ultimo eu diria. Eu já vinha alegre então assim continuei. Aquele sentimento bom de perceber que sentiu falta de uma pessoa ao revê-la. Acho que foi isso o que mais senti. Também pensar que é um novo começo. Eu gosto de começos eles normalmente dão um direcionada muito pequena e continua tudo podendo acontecer. Começo um ano esperando tudo.
Vestibulares, futuros, fins e outras coisas necessárias, ah, elas vem com o tempo.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Cleaning out my closet

"Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir"- Amyr Klink


Hoje foi dia de arrumar o quarto. Parece uma tarefa bem chata, mas é incrível o que você encontra. Sabe aqueles pedacinhos precisos do seu passado recente esquecidos que te dizem porque você é exatamente o que você é nesse segundo?
Um desenho da Yasmim, frases soltas, rabiscos de caderno, a apostila do encontro, escritos avulsos em sulfites, apoios de caderno feitos pelo seu primeiro namorado, uma prova de filosofia do primeiro ano e mais vários tesouros só meus.
Foi bom reencontrá-los e descobrir porque estou aqui agora. Junto com eles reencontrei um certo êxtase em viver e novamente procurar momentos para serem lembrados como tesouros na próxima arrumação. Assim finalmente começo o meu ano procurando novos pedacinhos de vida, da minha vida!

"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher, Mas sou minha só minha"

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Agora me dei conta de que é hora de ir embora de novo^^

-Diz que fui por ai
-Agora só falta você

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Nó na garganta

Numa tarde chuvosa de uma quarta feira me dei conta que estou apaixonada por você.
Quão bonito isso pode soar para alguém? Tanto quanto é triste para mim o saber. Antes continuasse a pensar que meu coração havia parado de bater por alguém! Por que você? Por que você me machuca tanto?


Porque essa música me lembra tanto você?

Faz Parte do Meu Show
cazuza

Te pego na escola
E encho a tua bola
Com todo o meu amor
Te levo pra festa
E testo o teu sexo
Com ar de professor
Faço promessas malucas
Tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby
É pra te proteger da solidão
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Confundo as tuas coxas
Com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida
Pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta
Das pedras do Arpoador
Digo "alô" ao inimigo
Encontro um abrigo
No peito do meu traidor
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Invento desculpas
Provoco uma briga
Digo que não estou
Vivo num clip sem nexo
Um pierrô-retrocesso
Meio bossa nova e rock 'n' roll
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

domingo, 25 de janeiro de 2009

Hoje

"acho que não sei quem sou só sei do que não gosto"-teatro dos vampiros-legião urbana


Queria escrever como me sinto, como sempre faço. Mas agora eu não sei como fazê-lo. Estou parada, mas não quero continuar assim. Também não quero me mover. Nada me fará ficar melhor. Não tenho vontade nenhuma. Novamente me vejo a frente de um precipício. O que acontecerá se eu cair ou me jogar?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O anel que tu me destes era vidro e se quebrou o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou

Desejo

20/01

Tinha clareza de que era uma criança. Quando o toquei sabia que não passava de uma criança. Porém o corpo dizia o contrário. O corpo amadurecera antes do tempo. Um corpo incoerente que me despertava desejo.
Assim que soube de meu desejo o larguei, com um misto de nojo, medo e culpa.Apesar de apertada a vitória, em mim a moral catolica venceu o instinto. Não colhi o fruto antes da época de colheita.
Me alivio, pois era apensa uma criança no corpo de homem, mas que corpo de homem.

Resquicios de Sonho

18/01

Eu achava que tudo havia se quebrado em cacos pequenos demais para que conseguisse juntar, mas hoje, um guizo baixinho veio avisar-me novamente da esperança. Foi como achar um dos fragmentos do antigo sonho e nele ver refletido o arco-íris e em suas cores oportunidades.
Agarrei aquele pedaço. Por mais que me cortasse não o largaria, pois foi o que me possibilitou amar de novo, mesmo que instantaneamente ou platonicamente. Só de me descobrir capaz de amar já consegui sorrir. A partir daquele caco construiria novos sonhos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

De Novo


Nada de novo. De novo a sensação de vazio. A mesma velha sensação de se perder num cubículo. Para ela, uma das piores e mais recorrentes sensações. A olhava sem poder ajuda-la. Como podia não querer se ajudar? Como podia já não ter mais forças, ou acreditar não mais ter? Senti pena dela. Era algo que ela queria. Mas não o que ela precisava. Ela nunca conseguiria sair de lá se continuasse daquela maneira. Porém como se ela não acreditava conseguir sair? Pior que a morte era a agonia de espera-la sem sucesso. Sem que nada de novo acontecesse.

a lucy nada

descaradamente roubado

Por Alice Mahlmeister, Beatriz Zilberman, Juliana Nunes e LeaTaragona.

Uma menina andava por um bosque sozinha, não sabia onde estava. O piso era grudento como lama. Enxergou uma luz, que reluzia com um brilho azul, como a chama de um bico de bunsen. Andou em sua direção. Estava ventando sem vento, e quanto mais andava, menos árvores haviam pelo caminho, até que ficou totalmente descampado. O que é essa luz? Não sabia de onde vinha a resposta. "Sou o que quiser, já que sou apenas na sua cabeça. Você dá minha forma." Não conseguia observar, a luz fraquejava quanto mais ela tentava chegar perto, até sumir por completo. Se ela pensasse que ia ver como queria, assim seria. Pensou então no conceito de luz. Aquilo transformou-se numa imagem, algo inconsciente, que permitisse outra interpretação dos fatos. A luz ia ficando mais forte no mundo concreto. Iluminava não apenas o lugar, ou mesmo ela, mas as idéias, o não palpável. Olhando com atenção, reparou na existência de pequenos lugares que não estavam iluminados. Alguns pontos pretos. Começoua perseguir esses pontinhos. Ouvia o barulho inicial ao fundo, porém só prestava atenção nos pontinhos, dava razão à visão, deixando o som em segundo plano. Se fosse atrás do que ouvia, perderia a oportunidade de clarear os pretos. Tudo estava iluminado, mas seu mundo virou aqueles pontinhos negros. Perseguiu um. Perspectiva ali parecia não funcionar, o que era pequeno ao longe só ficava menor quanto mais se chegava perto. Até que sumiu. Tentou ir atrás de outros, mas isso acontecia com todos os que tentava alcançar. Olhou para o lado e percebeu pontinhos que não tinha visto antes. A luz estava se apagando, e isso dava força para o que ela não tinha de luz. Tudo ficava cada vez mais escuro, mais e mais pontinhos. Começou a se perder neles. A chama diminuiu, o mundo aumentou. Mais pontinhos pretos, mais lugares para ela iluminar. Não sabia para o que olhar. Se ficasse na luz, nunca saberia o que tinha no escuro. Estando apenas no escuro, nunca conseguiria iluminar tudo aquilo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre um dia no parque

No começo era um sonho. Cada presente entregue era um pedaço de seu autor que refletia o presenteado. Era lindo. Cada presente era uma declaração de amor. Porém aos poucos as nuvens cobriam o Sol e as pessoas se despediam. Ainda com um grande número de pessoas presente ela se perdeu. Porém sem forças para ir embora permaneceu no mesmo lugar, rodeada por pessoas, ignorando tudo ao seu redor. Se fazendo invisível, se fazendo solitária. Era uma solidão diferente. Apesar do barulho causado pelas muitas pessoas a incomodassem e a fizessem querer estar sozinha aquela era uma solidão que esperava por ser quebrada, por ser invadida, mas apenas por uma pessoa. Qualquer uma, que viesse sozinha e que trouxesse consigo sua solidão e um gesto de carinho.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cage

"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."- Fernando Pessoa

Largada na cama, com sono, porém sem vontade alguma de levantar a pagar a luz e dormir, também sem vontade de permanecer acordada, talvez sem vontade nenhuma, foi que me dei conta de que preciso de uma gaiola.




Como a citação de Fernando Pessoa e escrito meus jogados de ontem tem ligação? Ora para mim fazem muito sentido.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"feita apenas para amar,
para sofrer pelo seu amor
e para ser só perdão"- Vinicius de Morais

Me vi com a compulsão de falar com alguém. Me senti sozinha e ainda me sinto. Não que falte nada. Não que eu esteja abandonada. Não que eu esteja sozinha nesse exato momento. Mas novamente senti a falta de alguém que olhasse por mim. Que me quisesse bem mais do que eu mesma e, mais que isso, que eu quisesse bem. Alguém por quem eu daria minha vida. Vi minha vida vazia sem isso. Chorei ao perceber que mais ninguém me encantava como antes. Como é duro o mundo das coisas concretas ou de verdade. Fui dormir desejando sonhar. Quem sabe os sonhos não me tragam o encanto que meu olhar perdeu? Acordo e ainda estou sozinha. Com o duro mundo caindo em minha cabeça. Fico alguns minutos deitada com os olhos abertos. Por fim decido sair da cama. Eu não queria acordar, mas como não tenho escolha tenho pela frente a dura missão de fazer da vida um sonho. Mas que seja um sonho lúcido! E assim sigo para meu dias.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Rosa

Cecilia Meireles

Vim pela escada de espinhos
(Mais durável esse esforço
que o explendor)

Depois de ascenção tão longa
qualquer vento, qualquer chuva
converte-me em queda e pó

Quando se vê a coroa
que eu trazia, já não sou

Entre espinhos e derrotas
Qual é meu tempo de flor?

sábado, 3 de janeiro de 2009

Reveillon

"Não, não tenho caminho novo
O que tenho de novo
é o jeito de caminhar
Aprendi
(o caminho me ensinou)
a caminhar cantando
como convém a mim
e aos que vão comigo
Pois já não vou mais sozinho"
-Thiago de Melo

Não direi que sou ou que serei outra pessoa. Continuo a mesma. A vida também não mudou muito. Mudou mesmo o jeito de caminhar por ela, mas não muito. Aprendi que alguma ambição é necessária. Sem desejos morremos e eu quase morri por dentro. Esse ano quero uma vida cheia.
Engraçado querer isso. Poderia se dizer que ano passado foi cheio. Já comecei perdida querendo mergulhar. Viver de tudo. Prazer. Esse ano o ocorrido no reveillon foi muito parecido, já a maneira que passei por ele completamente diferente. Acho que depois de tudo fiquei mais segura, equilibrada. Quem sabe?
O ano passado foi uma grande ferias inclusive de mim mesma. Uma viagem inconsequente. Esse ano será para arrumar a bagunça e procurar algos para preencher os buracos que ainda restam e que não são poucos.
Se há algo definido para esse ano? Desejos, sedes e fomes. Corações? Com o que ocorreu nesse ultimo ano aprendi a blindá-lo um pouco. Parecia que 2008 deixava tudo no zero pronto para que 2009 começasse nem nenhuma interferência, mas heis que o fim de Dezembro se encarregou em deixar algumas peças, que não se encaixam, fora do lugar. Mas quem liga. Há tanto o que fazer!