domingo, 26 de maio de 2013

Constatações #21

Crescer. Fica difícil ficar cada vez mais sozinha e ver os amados tomarem caminhas tão diferentes. Minha mãe disse que é nesses momentos que a família passa a fazer mais sentido. Pode ser isso, mas acho que mais que isso a gente tem que passar a fazer sentido para nós mesmos. Eu acho em algum lugar em mim uma serenidade escondida. Certezas tão bobas me acalmam. O cheiro que eu mais gosto no mundo é o de quando eu abro uma mexerica. Os dias que eu mais gosto são os ensolarados no inverno. Eu gosto de ascender isqueiros e incensos. Eu me agarro nesses dias assim e eu sei que eu sou infinita. Eu espero que alguém veja isso, mas eu sei que no fim sou eu quem tem que ver. Eu sei que eu consigo eu só preciso parar e fazer sem me importar com quem veja. Eu sou tudo o que eu sou. Agora eu vou ouvir mutantes.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Escrever sobre cigarros, espelhos, cafés, batons borrados em filtros, xícaras, espelhos. Por que não? Irreal? Mas é assim que eu me sinto. A brincadeira nova é fugir do real. Por que não? Eu quero sonhar nas coisas mais insignificantes. Que todos esses clichês sejam especiais pra mim. É só um jeito de tornar tudo isso vivível. Eu quero ser especial, se não pra mais ninguém por que não pra mim? O que importa num é escrever, mas olhar pra dentro e poder vomitar tudo o que sufoca, pra ninguém, pra mim, pra quem passar aqui por algum motivo maluco, por que não?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Agora ela já estava na beira do abismo, mas acorrentada sem poder pular. Isso era bom ou ruim. O que vem depois? Por que algo a impedia de se jogar na queda livre da loucura? Pra que tantas amarras se ela num vai na direção certa? Por que caminho errado e ermo prosseguir. Ela deveria estar ficando louca. Fecha os olhos e tenta entender o que anda a sua volta. Quem sabe as amarras não resolvem ir embora quando o coração parar?

sábado, 21 de abril de 2012

20

Eu tenho 20, e eu já tenho saudades de mim. Com 16 o mundo é leve, o futuro ainda num existe pra pesar na sua cabeça. Existem planos, sonhos, tudo aquilo que vai embora quando a palavra adulto vem a sua mente. Eu nunca fiz nada. Todos os superpoderes que eu tinha a uns anos resolveram arrumar se mandar pra um lugar mais fértil. Ter 20? Tomar um porre sozinha enquanto vê as cinzas dos sonhos voarem pela janela. Tentar um jeito de se acomodar, conformar, se enquadrar pra possibilitar um futuro.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Depois de ler Clarice

Me faltava um pedaço. Um pedaço que se esmigalhou em muitos.Um pedaço que não lê nem escreve. Faz os dois como um meio. Um pedaço que vai procurar sempre procurar sem encontrar. Faltava-me a satisfação de ser pra sempre insatisfeita. De me descobrir pra sempre insatisfeita e para de me conformar com isso. Falta alguma coisa que me move. Pra isso se faz necessária um direção. Faltava voltar a procurar alguma coisa pra procurar e agora eu perdida nessa emaranhado preciso aceitar essa perdição e voltar a andar sem rumo. O importante é andar e nunca em linha reta pra não esquecer que a vida é muito mais que um objetivo. A vida é buscar um sentido sem nunca encontrá-lo e não há nada mais prazeroso que a busca.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Porque livros são sobre grandes jornadas, que percorrem o mundo inteiro ou não saem do lugar, quase nunca se chegam em seu lugar. Andam em círculos sem saber ao certo o caminho, mas procuram a si mesmos e assim nos levam para que nos percamos em nós.

domingo, 28 de agosto de 2011

Fiquei chateada por ninguém me ligar no dia seguinte e perguntar se eu estava bem. Fiquei chateada por sempre ser a ultima a saber. fico chateada com a minha necessidade de fazer drama com tudo. Fiquei chateada de dizerem que eu sempre fico um pouco de lado porque eu sumo, porque eu não gosto de festa como elas. Fico chateada de não conseguir falar. Fico chateada de ter uma sombra me seguindo aonde vou. Fico chateada que ninguém vai saber de tudo o que me deixa chateada