sábado, 28 de fevereiro de 2009

Debaixo do tapete

"Tomo um café com guaraná pra me animar, mas ficou tão tarde que é melhor deixar pra lá"- depois- pato fu

Conversando com a minha mãe percebi o quanto provas de química, trabalhos de português, filmes, livros começados, bagunças do meu quarto e coisas que eu gostaria de fazer tem em comum. Todas eu empurrei para de baixo do tapete da minha vida e espero que elas se desmaterializem por lá. Algumas até conseguem como o trabalho de português, afinal o ano já acabou, ou os filmes que eu comecei e não pretendo terminar. Alguns livros, em sua maioria infantojuvenil também são assim. O problema é quando as coisas não somem de debaixo do tapete e te fazem tropeçar. É aquele relevo horrível no tapete que você finge que não vê. Assim é o 2 de química, a bagunça do meu quarto e milhares de projetos que eu já tive e agora tenho o esqueleto deles. A maioria deles nunca passou de esqueleto e esse esqueleto vira a bagunça no meu quarto. Partituras de baixo, um amplificador, tinta óleo, fitas com começos de filme, taxinhas, história interminadas, retalhos, fotos, cartões, alfinetes, livros não lidos, boas ideias e etceteras. E ainda nem falei das listas. Minhas listas de intenções que logo virarão mais coisas para de baixo do tapete, mas mesmo assim são as listas os melhores passatempos que tenho. Minhas listas eu diria que são como cigarros, mantras, chocolates, orações, musica ou sudokus. Depende de que tipo de pessoa você é.
Mas meu grande problema agora não é o que me leva a fazer listas e sim o que acontece com os itens da lista que são empurrados para de baixo do tapete e se juntam com os Ds de química que surgem porque nunca estão na lista. Esconder poeirinha é uma coisa. Agora, quando ela começa a virar uma montanha, ou pior, se transformar num monstro enorme e monstruoso pronto pra acabar com a sua vida. Nessas horas você não consegue mais ignorar as coisas que empurrou com a barriga, então toma uma atitude. Ou joga tudo de baixo da porta do vizinho e espera que ele não venha se vingar com uma buzina de carnaval ou pacientemente passa o sábado em casa. Aceita com a maior dor do mundo que alguns de seus projetos trancados a um ano nunca vão se concretizar e se desfaz deles. Escolhe outros para levar a diante dessa vez a sério e tenta concertar os errinhos como a prova de química. E que jeito melhor de fazer isso do que com uma lista? Assim se amansa o monstro mas nunca se esvazia totalmente o deposito de coisas inúteis que um dia você talvez precise.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Juliana girando, ô girando

"Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos"-Sangue Latino- Secos e Molhados

Algo me irritava. Talvez o fato de girar junto com o mundo. Talvez o de não poder fazê-lo parar de girar. Fato é que me incomodava com sua rotação, com o rumo das coisas. Eu queria girar em sentido próprio, mas me encontrava parada, ou pior: girando junto com o maldito mundo. Nada me acontecia. Eu simplesmente seguia, era empurrada, aceitava e continuava andando na direção em que fui empurrada. É claro que o fato de girar em falso fora do eixo foi o que me trouxe a esse estado. Mas nesse estado encontrei agora um novo incomodo, nesse momento, pior do que o anterior.
Algo precisa ser feito. Posso eu girar mais rápido, posso girar sentido contrário, pode o mundo parar de girar, só não posso deixar como esta. Sei que qualquer mudança gerará um novo incomodo, mas me importa é parar com esse que se torna insuportável. Pensei e penso em deixar o mundo. Assim ele continua a girar e eu paro de me incomodar. Mas isso é trabalhoso acreditem ou não. Então das duas uma, ou encontro um novo eixo no qual valha a pena girar em torno ou acabo com todo o meu transtorno parando o movimento para sempre. Que aconteça ou que eu faça acontecer algo. Por hora estou tonta demais.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Profundesas



Flores
Titãs

Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
FLORES
FLORES
As flores de plástico não morrem

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Girassol

Sempre gostei de observar os anônimos Seja em ruas lojas, pontos de ônibus ou pela janela de meu apartamento. Não os observo com indecência, mas com descrição, respeito e até certa admiração ao seu modo seguro de transparecer saber onde estão e para onde vão.
Nessa tarde um desse anônimos me fez encontrar as flores que mudaram minha vida, ou ao menos esse dia. Chovia. Eu andava desajeitada tentando carregar meus livros, uma sombrinha e uma bolsa.
Até que a bolsa caiu de meu ombro. Quando parei para pegá-la me vi em frente a uma loja de flores. Pensei nele e no jantar de hoje. Por que não levar flores? Ainda mais sendo ele quem fará a comida. Foi quando vi pela vitrine que atrás do balcão estava uma moça de cabelos morenos e olhos bem azuis.
Ainda perdida em meus pensamentos entrei na loja. Levei um susto quando a vendedora perguntou-me se precisava de ajuda. Respondi confusa que não procurava nada em especial. Quando meu batimento cardíaco voltou ao normal perguntei qual era a flor mais bonita da floricultura.
Ela me apontou um vaso com girassois. Não via nada de mais neles, até acho que as rosas eram mais belas, mas a maneira que ela sorria ao falar dos girassois bastou para me convencer. Acabei por levá-los, porém eles não foram muito longe. No fim da tarde estavam na porta da floricultura com um cartão endereçado a alguém de olhos bem azuis.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Etéreo

"Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando"- Via-láctea- Olavo Bilac

E hoje acabou meu romance imaginário com um corpo existente com uma alma que inventei. Quando se compartilha a fantasia, o sonho se acaba e vem a realidade concreta.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Regard Distrait

No mesmo lugar que todos os dias,
mas esses dias tem sido diferente.
Me descuido
e meus pensamentos voam
e meus olhos pousam
em você. Por que?
Só volto a por os pés no chão quando seus olhos percebem meu olhar.
Que vergonha do meu gesto involuntário.
Mas tiro do susto de ser descoberta
uma alegria de ser notada.
E sou sempre eu que sem querer te espia?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver um futuro que no convida"- Pablo Neuruda

As coisas estavam um mar de rosas a ponto de inventar novas ilusões para mim. A chuva, a primavera florida, um cinema no fim da tarde, uma saia rodada, tudo me causava bem estar. Até chegar a noite. Trancada no meu quarto as coisas que eu queria voltaram a minha cabeça hoje. Já fazia tempo que elas não mandavam lembranças e dessa vez me julgava enfim livre, porém hoje voltaram a me atormentar. Procuro ignorá-las. Voltar a minha a tenção pra qualquer outra coisa. Qual o que? Logo me frustro comigo e elas voltam ainda mais fortes do que antes! Procuro outra coisa para me livrar delas ligo o computador procuro alguém para conversar. Pra que? Na tela vejo escancarado tudo do que queria fugir. O que fazer? Quando isso vai deixar de me incomodar?

Por hora me afogo em meio a responsabilidades e passatempos ou qualquer coisa entre estes. Sem parar pra respirar ainda tento afogar você.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O ultimo primeiro dia de aula

Puxa, um título auto explicativo!
Como foi? Bem diferente do ultimo eu diria. Eu já vinha alegre então assim continuei. Aquele sentimento bom de perceber que sentiu falta de uma pessoa ao revê-la. Acho que foi isso o que mais senti. Também pensar que é um novo começo. Eu gosto de começos eles normalmente dão um direcionada muito pequena e continua tudo podendo acontecer. Começo um ano esperando tudo.
Vestibulares, futuros, fins e outras coisas necessárias, ah, elas vem com o tempo.