"Tomo um café com guaraná pra me animar, mas ficou tão tarde que é melhor deixar pra lá"- depois- pato fu
Conversando com a minha mãe percebi o quanto provas de química, trabalhos de português, filmes, livros começados, bagunças do meu quarto e coisas que eu gostaria de fazer tem em comum. Todas eu empurrei para de baixo do tapete da minha vida e espero que elas se desmaterializem por lá. Algumas até conseguem como o trabalho de português, afinal o ano já acabou, ou os filmes que eu comecei e não pretendo terminar. Alguns livros, em sua maioria infantojuvenil também são assim. O problema é quando as coisas não somem de debaixo do tapete e te fazem tropeçar. É aquele relevo horrível no tapete que você finge que não vê. Assim é o 2 de química, a bagunça do meu quarto e milhares de projetos que eu já tive e agora tenho o esqueleto deles. A maioria deles nunca passou de esqueleto e esse esqueleto vira a bagunça no meu quarto. Partituras de baixo, um amplificador, tinta óleo, fitas com começos de filme, taxinhas, história interminadas, retalhos, fotos, cartões, alfinetes, livros não lidos, boas ideias e etceteras. E ainda nem falei das listas. Minhas listas de intenções que logo virarão mais coisas para de baixo do tapete, mas mesmo assim são as listas os melhores passatempos que tenho. Minhas listas eu diria que são como cigarros, mantras, chocolates, orações, musica ou sudokus. Depende de que tipo de pessoa você é.
Mas meu grande problema agora não é o que me leva a fazer listas e sim o que acontece com os itens da lista que são empurrados para de baixo do tapete e se juntam com os Ds de química que surgem porque nunca estão na lista. Esconder poeirinha é uma coisa. Agora, quando ela começa a virar uma montanha, ou pior, se transformar num monstro enorme e monstruoso pronto pra acabar com a sua vida. Nessas horas você não consegue mais ignorar as coisas que empurrou com a barriga, então toma uma atitude. Ou joga tudo de baixo da porta do vizinho e espera que ele não venha se vingar com uma buzina de carnaval ou pacientemente passa o sábado em casa. Aceita com a maior dor do mundo que alguns de seus projetos trancados a um ano nunca vão se concretizar e se desfaz deles. Escolhe outros para levar a diante dessa vez a sério e tenta concertar os errinhos como a prova de química. E que jeito melhor de fazer isso do que com uma lista? Assim se amansa o monstro mas nunca se esvazia totalmente o deposito de coisas inúteis que um dia você talvez precise.
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