sexta-feira, 31 de julho de 2009

Balanço

Ganhei mais uma semana, mas por enquanto foram 10 filmes, 6 livros, 4 cachecóis, 5 cidades.
Dessa vez não houve nenhuma lista de o que eu deveria fazer. As coisas simplesmente vieram, assim como as frustrações e os momentos bons. Aconteceu de tudo e eu passei por tudo flutuando leve. Amei cada pessoa que viajou comigo, chorei em todas as viagens, mas todas foram magicas. Nunca estive tão leve, apesar da melancolia, apesar de alguns ódios cultivados por mim mesma, apesar de perdas, tive bons sonhos. Tive tempo para pensar, talvez por isso não saiba mais nada do que quero, mas minha vida anda arrumada de tal forma que conseguiria passar por muitos futuros. Não mergulho, já estou submersa em o que quer que seja. Deslizo e vejo aonde vou dar.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Trecho roubado de A chave de casa de Tatiana Salem Levy

[Você nunca pensa em coisas boas? Não tem sonhos?] Tenho, claro que tenho. Sonho que um dia um príncipe chegará montado num cavalo branco para me buscar.Não precisarei fazer esforço algum, ele saberá que sou a mulher por quem ele procura. Bastará nos olharmos para saber que fomos feitos um para o outro. Ele me pegará pela mão e me levará, a cavalo, para um lugar lindo, onde haverá uma grande festa, onde encontrarei todos que já partiram deste mundoe todos que nele ainda estão. Lá viveremos felizes, numa terra que não conhece a morte, não conhece tempo, não conhece a dor. [Então você sonha?] Sonho, claro. Tenho ainda outros sonho, que nunca contei a ninguém. [E o que é?] É tenho esse sonho impossível: escrever escrever escrever.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ritual

Você precisava vê-la.
Ela saiu do banho e se lambuzou de cremes com cheiros. Ainda enrolada na toalha, se cobrindo de ninguém, pintou as unhas de vinho. Penteou os cabelos e se vestiu. Escolheu a roupa minuciosamente. Toda de preto como a muito não ficava tinha uma beleza diferente, talvez melancólica. Elegante. Depois pintou os olhos se prometendo que não choraria para não borrar a maquiagem. Borrifou o perfume caro que vinha no frasco esquisito. Nunca havia se arrumado tanto. Queria estar linda. Hoje era especial.
Tomou um café e fumou pra se acalmar. Mascou um chiclé de menta pra disfarçar. Pegou o casaco e o guarda chuva e saiu na rua sozinha na escuridão das 3 da tarde. Não era dia de nada. Ninguém a esperava, mas nada importava. Celebrava sua solidão. Celebrava as partidas, a todos que a deixaram. Finalmente conseguia deixar tudo para traz. Era, por um segundo, rainha de si mesma.
Você precisava vê-la.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Melodrama

Já se alongava por muito tempo. Mesmo eu que respiro por histórias de amor a achei gasta. Sofrida. Já havia demorado demais para que houvesse um desfecho fosse ele um final feliz ou trágico. E nessa espera já havia tempo para se preparar para todo o pior. Foi o que fiz. Contava as horas esperando para ser apunhalada. Descrente de um final ameno só esperava. Agoniada vi o tempo fugindo de mim sem que nada acontecesse. Não pude fazer nada, então esperei até o momento trágico. Cheguei a me sufocar por ele. Vivia esperando minha morte. Até que enfim chegou a hora.
Foi surpreendente sua vinda. O momento que eu mais temia enfim me libertou por completo. Já não precisava mais esperá-lo, agora eu podia fazer o que quisesse. O pior já passou. Visto minhas asas e voo a procurar uma nova história de amor para inventar.

"Como é cruel ( e bonito) que a vida continue depois de você"- Tatiana Salem Levy
Na sua estante
pitty

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar,
Te vejo sonhando e isso dá medo,
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
'Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver, só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar

sábado, 11 de julho de 2009

Passado choque, a viajem:

Tudo acaba. Nada lá poderia ter mais significado do que isso. Tudo acaba. A frase brincava com nossas alegrias e tristezas. Lindo. Lá me senti feliz. Feliz porque tinha que estar feliz, porque tudo logo acabaria, porque tinha que viver todos os segundos e vivi. Estava inteira submersa naquela viajem de musicas, sons, sensações e idéias. Pra dentro da grade era tudo racional, genial. Pra fora a bagunça a loucura o outro lado da genialidade. Nós no meio privilegiadas pelos dois eramos simplesmente felizes. Não há sintese possivel. O qe há são nossas recordação ininteligiveis para que não viveu. Para quem não ouvio as longas idéias construidas ao longo de vidas. Para quem não ouviu a musica da rua nem viu os sacis e as fadas. Entre os objetivos e as loucuras despudoradas andando em circulos despertei velhos sonhos e temores adormecidos. Agora acordados depois da viagem viajam comigo pela minha vida ou ao menos pelos próximos dias. Me deseje boa viajem.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um pierrô-retrocesso

Queria escrever sobre a viajem, mas sei que hoje não conseguirei. Não te vi ao vivo, mas vi o deixou para que eu visse. Escrevo aqui o que você queria que eu escrevesse e sei que nem verá. Te odeio. Te odeio por me fazer pensar em você mesmo longe, por me fazer escrever aqui desabafos, por não me deixar escrever do mundo em que estava, por me obrigar a escrever de meu regresso e de você.
Você? Você nem faz parte do meu mundo! Ah, faz. Você insiste em fazer. Cada passo que dou para longe você estremece, tem medo de me perder. Diz eu te amo para ouvir minha voz como eco da tua e depois toma distância novamente para ouvir meus lamentos.
Só pergunto pra que mente pra mim? Sabe que ilusões não necessárias para me manter sua. As ilusões que cria para mim só reforçam seu sadismo. Por que não me deixa só com as mentiras que me invento para fingir que não sou inteira sua?