quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

a lucy nada

descaradamente roubado

Por Alice Mahlmeister, Beatriz Zilberman, Juliana Nunes e LeaTaragona.

Uma menina andava por um bosque sozinha, não sabia onde estava. O piso era grudento como lama. Enxergou uma luz, que reluzia com um brilho azul, como a chama de um bico de bunsen. Andou em sua direção. Estava ventando sem vento, e quanto mais andava, menos árvores haviam pelo caminho, até que ficou totalmente descampado. O que é essa luz? Não sabia de onde vinha a resposta. "Sou o que quiser, já que sou apenas na sua cabeça. Você dá minha forma." Não conseguia observar, a luz fraquejava quanto mais ela tentava chegar perto, até sumir por completo. Se ela pensasse que ia ver como queria, assim seria. Pensou então no conceito de luz. Aquilo transformou-se numa imagem, algo inconsciente, que permitisse outra interpretação dos fatos. A luz ia ficando mais forte no mundo concreto. Iluminava não apenas o lugar, ou mesmo ela, mas as idéias, o não palpável. Olhando com atenção, reparou na existência de pequenos lugares que não estavam iluminados. Alguns pontos pretos. Começoua perseguir esses pontinhos. Ouvia o barulho inicial ao fundo, porém só prestava atenção nos pontinhos, dava razão à visão, deixando o som em segundo plano. Se fosse atrás do que ouvia, perderia a oportunidade de clarear os pretos. Tudo estava iluminado, mas seu mundo virou aqueles pontinhos negros. Perseguiu um. Perspectiva ali parecia não funcionar, o que era pequeno ao longe só ficava menor quanto mais se chegava perto. Até que sumiu. Tentou ir atrás de outros, mas isso acontecia com todos os que tentava alcançar. Olhou para o lado e percebeu pontinhos que não tinha visto antes. A luz estava se apagando, e isso dava força para o que ela não tinha de luz. Tudo ficava cada vez mais escuro, mais e mais pontinhos. Começou a se perder neles. A chama diminuiu, o mundo aumentou. Mais pontinhos pretos, mais lugares para ela iluminar. Não sabia para o que olhar. Se ficasse na luz, nunca saberia o que tinha no escuro. Estando apenas no escuro, nunca conseguiria iluminar tudo aquilo.

Um comentário:

Bia disse...

ei, é seu também! roubado com toda a propriedade ;]