domingo, 8 de junho de 2008

Acordando

O sono e sonho não haviam sido mais do que um prolongamento da noite. Que noite. O que aconteceu? Estavam todos lá, mas todos haviam esquecido de trazer a si mesmos, ou até lembraram, porém acharam melhor se perderem no labirintos que aquela noite lhes oferecia. Com ela não havia sido diferente. Adentrou o mais profundo que pode naquele labirinto escuro. A sensação de estar dentro dele, de pertencer ao escuro, de não ser mais ninguém e sim o próprio escuro era sedutora, porém, quando se via uma luz qualquer, a dor era terrível! Nessas horas tentava voltar a si, mas em vão, já estava longe demais.
Despertou ainda tonta. Não tinha vontade de se mover. Queria voltar a dormir, porém não conseguia deixar de pensar na noite e no sonho e tudo aquilo lhe amedrontava. Não podia voltar a sonhar. Era a pior tortura a qual poderia se submeter. Não podia arriscar voltar a dormir.
Por fim acordou. Olhou ao seu redor, só via seu sentimento de culpa parado a sua frente. Por que apenas ela o tinha? Sabia que tinha de tirá-lo de lá. Levantou-se fracamente e foi colher pedidos de desculpas para dar a outros que haviam se perdido como ela.
Se os outros já estariam de volta, se eles as aceitariam, se eles se importariam, isso tudo de nada valia. Ela só queria tirar aquela visão horrível da sua frente.

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