domingo, 28 de novembro de 2010

Ela só olhou de longe. Era a vida dela. Por que ela tinha cabelo loiro? Quem escalara aquela estranha para o seu papel? Será que ela poderia processá-la por roubar sua história? Ela pensou em ir lá perguntar a loira o que ela fazia lá, mas ficou a penas ali olhando de longe. Ela não deveria olhar, deveria se virar e continuar andando, mas não havia como andar. Era impossível parar de olhar. Ela já nem via, apenas olhava e inventava uma história nova para os dois. A história que roubava a dela. Teria de ser melhor que a sua. Ela devia ser melhor, para ter sido escolhida em seu lugar, mas ela não era. Era impossível ser. Só ela sabia como era sonhar com ele, como era admirar seu sorriso. Ninguém ficava tão feliz ao vê-lo. Por que a estranha roubaria o único que a fizera sentir alguma coisa?
O que mais lhe doía é que eles nem a viam. A estranha nem sabia que ela existia. Ela mal existia. Sem existir uma hora ela teve que voltar a andar procurando existir.

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