sábado, 18 de setembro de 2010

Noites iguais

Acordo e já é dia. Acordo com frio. Ele está do outro lado da cama. Ainda dorme. Fico grata que ainda durma, mas quero ir embora. Ir antes que ele acorde. Não quero mais olhá-lo nos olhos, mas não posso ir. Fico então deitada na cama, nua, com frio e quase sem dinheiro. Não posso por a roupa que ela amassa na cama. Não posso sair com a roupa luz do dia. Não posso sair nua. Se quer posso sair. Nem as chaves sei onde estão.
Tenho que esperar o estranho despertar e então decidir o que faço. Arrumar um jeito de chegar em casa. Comprimentá-lo cordialmente e quem sabe não mais  vê-lo.

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