Em todos os caminhos inusitado que segui sempre esperei encontrá-lo ao dobrar a esquina. Ele nunca estava lá. Em nenhum dos lugares que visito em meus sonhos. Em nenhum dos becos que visito às noites. Em nenhuma das minhas surpresas nem nas esquinas que passo todo dia e pelas quais sinto um carinho especial.
Andando num lugar comum o encontrei. Ele, a mim, não. Não tinha sido como eu pensava todos os dias. Apenas vi ele passando naquele clichê com a malha de lã preta e um cachecol que eu não conhecia. Se confundia com todos os outros na multidão. Cabisbaixo sequer me notou parada tentando acreditar nele. Até que parecia mais feliz que a última vez que o vira, mas, ainda sim, bem mais triste que da penúltima.
Fiquei olhando frustrada. Não era nenhum lugar mágico. Não era nenhum momento mágico. Ele era só mais um pedestre e eu me interessava mais pelas pernas da mulher de vermelho do que em admirar meu estranho passado.
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